Arte no Dique recebe Oficina Zona Noro'arte #2

Arte no Dique recebe Oficina Zona Noro’arte #2

Quem me acompanha no instagram sabe que gosto e mega acredito e apoio ações de cultura de rua, principalmente em comunidades periféricas, que não costumam contar com muitas opções culturais gratuitas e que tenham vínculo que as comunidades. Então é claro que adorei a proposta dos Coletivos Alcateia HIP HOP e Noro’Arte que estão realizando atividades ligadas ao RAP como oficinas de produção musical e de rima, batalhas e shows.

No sábado, 21 de maio, as atividades acontecem na sede do projeto Arte no Dique, no bairro Rádio Clube, na Zona Noroeste de Santos. Pouca gente sabe, mas na primeira vez que morei em Santos, no início dos anos 90, e cursava a faculdade de jornalismo e fazia estágio na assessoria de imprensa da prefeitura acabei sendo escalada para uma matéria sobre música na cidade – período marcante do rock santista, com Charlie Brown Jr, Mr. Green, Last Joker e tantas outras bandas. O rock sempre foi meu estilo musical predileto e para a matéria eu descobri que na Zona Noroeste tinha uma banda de rock, eles não eram nascidos na cidade, eram do Rio Grande do Sul, e vieram tentar a sorte na música em Santos. Não lembro o nome da banda, não tiveram sucesso por aqui, mas eu namorei primeiro o guitarrista e depois o tecladista e vivia lá pela Zona Noroeste, para desespero das minhas amigas e amigos do asfalto que não entendiam como uma moça moradora do Gonzaga resolveu namorar com um cara que morava na periferia.

Voltando ao tema principal do post e as ações do Noro’Arte

Com o objetivo de estimular a cultura de rua, os coletivos Alcateia HIP HOP e Coletivo Noro’Arte estão realizando oficinas de produção musical e de rima, com batalha e shows de rap, em diferentes bairros de Santos e São Vicente tem uma Batalha de Rimas que eu gosto e sempre que possível ajudo a divulgar que é a Batalha do Skinão – BDS para os íntimos).

A segunda edição acontece sábado, 21 de maio, no Instituto Arte no Dique, que fica localizado próximo ao ponto final, no bairro Rádio Clube e terá também oficina de audiovisual. O público esperado é de jovens com interesse em rap e suas vertentes, que queiram aprender mais sobre ferramentas e explorar as possibilidades dentro do mercado musical e artístico.

O evento começará às 14 horas, com a oficina de produção audiovisual, oferecida por Luiz Marq’s. Em seguida, a oficina de produção musical com DJ Cuco e, depois, a oficina de rima com o Tubarão, MC da Baixada Santista, vice-campeão Estadual / SP (sou fã do Tubarão). Ao final do evento, acontecerá uma batalha com premiação e para encerrar a edição, shows de Imagreen e Real Nage.

Contemplado pelo PROAC 2021, o projeto teve sua edição #1 no último dia 07 de maio, na sede de melhoramentos do Saboó. Quem esteve presente pôde aprender algumas técnicas de marketing digital com Vênuz Capel, conheceu sobre o que é preciso saber para começar a produção musical com Lucci da Inferno Records e também ouviu um pouco da história do RAP e das batalhas, na oficina do Vittuh. Também estiveram presentes o Moç e Élive com pocket shows.

O movimento Hip Hop não é novo, mas sinto que na pandemia, a cultura de rua e o Hip Hop ganharam ainda mais importância, principalmente nas áreas periféricas, que são exatamente as regiões que mais sofreram com a pandemia, e que no fundo representam a verdadeira face e garra do povo brasileiro, sem querer romantizar a pobreza, a falta de infraestrutura, os problemas diversos da desigualdade social. Regiões periféricas são potência e principalmente na arte e na cultura, além do futebol. Não é a toa que a artista brasileira que tem conquistado o mundo veio de uma comunidade, e sim, estou falando de Anitta, que as pessoas podem até não gostar da música, mas precisam respeitar a trajetória dela e a importância para que outras potências que vivem longe do asfalto possam despontar para o mainstream.

Eu pretendo ir até o Arte no Dique amanhã, conferir in loco a programação, conhecer mais do projeto e da região.

E só posso desejar sucesso aos organizadores e participantes afinal fazer arte no Brasil atual não é nada fácil, principalmente em comunidades, só que a arte e a cultura mostraram durante a pandemia que salvam vidas com alegria e denúncia social através de músicas e outras artes.