Princesas Africanas Contemporâneas protagonizam editorial de empoderamento feminino

Princesas Africanas Contemporâneas protagonizam editorial de empoderamento feminino

Hoje, 21 de março, é o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial e na vibe da data que acho extremamente importante trago leveza para um assunto tão sério.

O portal Pretinhas e a organização do Pretinhas da Brasilândia fotografou no início do mês em São Paulo quatro meninas negras que vivem na região da Zona Norte para ilustrar o editorial de divulgação do Pretinhas da Brasilândia, evento gratuito que aconteceu no dia 11 de março, na Fábrica de Cultura da Brasilândia.

Representatividade importa muito! Estive no Pretinhas da Brasilândia, acompanhei toda a programação e vi em cada olhar o poder mágico das crianças pretas se verem representadas nas artes educadoras, nas outras meninas, nas atividades propostas.

Sou jornalista há 30 anos, trabalho com assessoria de imprensa há 23 anos e sou especializada em moda e estilo de vida, então sei muito bem que ainda temos um longo caminho para percorrer no tocante as imagens de moda e a diversidade e inclusão (minhas bandeiras ativistas. Sou Feminista, antirracista, antigordofobia, antilgbtfobia) aí é claro que fiquei encantada com o belo editorial que traz princesas africanas contemporâneas.

Vilma Queiroz, idealizadora e produtora executiva do Pretinhas da Brasilândia, destaca “É muito importante para a criança preta ter referências desde sua infância para a valorização da autoestima como imagens em livros, revistas, comerciais e outras mídias, pois assim ela percebe o seu poder e que pode estar onde ela quiser e assim mudar a sociedade.”

“Nós queremos através desse editorial construir imagens lúdicas porém reais, de princesas africanas.
Imagens que alimentam a imaginação das nossas crianças no que diz respeito à riqueza da cultura africana e à valorização de seus corpos como crianças pretas”, declara a figurinista e diretora artística do editorial, Japhete Ozias, que é de Benim.

As meninas foram fotografadas como princesas africanas contemporâneas e contaram um pouquinho mais sobre suas histórias.

Rebeca Ventura Lima, 15 anos – moradora do Horto Florestal
“O que eu acho mais bonito em mim é a minha pele e o meu cabelo. Eu gosto de mudar as vezes o penteado, moicano, deixar solto, mais finalizado e mais cheio”.
O figurino de Rebeca remete à uma princesa meiga que tem uma grande paixão pelos têxteis artesanais africanos. Ela só se veste com tecidos e roupas feitos à mão pelos artesãos têxteis do seu povo. Ela desenha e cria suas roupas se inspirando nas artes têxteis artesanais do seu povo. Ela representa o futuro feliz e utópico da moda africana do continente e da diáspora, contou a diretora artística do editorial, Japhete Ozias.

Samira Helena Ese Cole Okosun, 4 anos, mora no bairro de Perus. Ela é filha de uma brasileira e um nigeriano e a mãe conta um pouco mais sobre a experiência da filha durante o ensaio fotográfico: “Ela está se descobrindo como uma criança negra, com sua beleza. Ela sabe que é bonita e isso vem aumentando a autoestima dela que estamos construindo aos poucos. Antes ela falava que queria ser branca e ter cabelo liso e entendemos o impacto dessas falas, então participar de um ensaio fotográfico sendo uma princesa africana foi muito importante já que agora ela sabe que existem princesas negras além da Tiana, do Príncipe e o Sapo”.
A figurinista e diretora artística Japhete Ozias destaca: “O figurino da Samira remete à personagem de uma princesa que tem como maior símbolo de beleza, a sua alegria e o seu sorriso. Ela ama dançar e cantar”.

Rhianny de Souza Elias, 14 anos, mora na Brasilândia
“Eu gosto muito do meu sorriso, do meu cabelo, da minha pele, da minha cintura, do meu nariz, do meu olhar. Eu já sofri preconceito quando era pequena, era chamada de cabelo duro, nariz de batata, muitas coisas. Eu sempre tive cabelo comprido, antes eu não deixava meu cabelo tão armado, hoje eu gosto dele assim mais cheio, mais presença.”
A figurinista Japhete Ozias conta: “O figurino da Rhianny remete à uma princesa dançarina. Sua dança favorita é o ndombolo, dança originária do Congo. Ela traz essa dança pro seu contexto de princesa preta da diáspora junto com outras danças secundárias que têm influenciado o seu repertório de princesa dançarina.”

Rhianny de Souza Elias, 14 anos, mora na Brasilândia

“Eu gosto muito do meu sorriso, do meu cabelo, da minha pele, da minha cintura, do meu nariz, do meu olhar. Eu já sofri preconceito quando era pequena, era chamada de cabelo duro, nariz de batata, muitas coisas. Eu sempre tive cabelo comprido, antes eu não deixava meu cabelo tão armado, hoje eu gosto dele assim mais cheio, mais presença.”

A figurinista Japhete Ozias conta: “O figurino da Rhianny remete à uma princesa dançarina. Sua dança favorita é o ndombolo, dança originária do Congo. Ela traz essa dança pro seu contexto de princesa preta da diáspora junto com outras danças secundárias que têm influenciado o seu repertório de princesa dançarina.”

Ficha técnica editorial: Princesas Africanas Contemporâneas
Idealização: Vilma Queiroz @vilma.queirozmodel
Produção de moda e Beauty: Jéssica Souza @iconica.souza
Stylist: Japhette Ozias @japhette_lant
Fotógrafa: Angélica Alves @angelicaafotografia
Modelos: Laura Victoria, Samira Helena, Rhianny de Souza, Rebeca Lima
Locação: Casa de Cultura da Vila Guilherme

Sobre o Pretinhas da Brasilândia:

Uma realização da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo com produção executiva de Vilma Queiroz e Renata Poskus o Pretinhas da Brasilândia, aprovado pelo Proac, aconteceu em 11 de março, na Fábrica de Cultura da Brasilândia, com oficinas de grafite, dança, teatro e leitura, tranças e amarração de turbantes e de modelos. Todas com foco no empoderamento das mulheres negras de hoje e de amanhã, reforçando a beleza, a potência e a determinação das Pretinhas para conquistar seus sonhos e romper com o racismo estrutural do país.
E, no encerramento, um show com Fanieh, cantora, ativista e atriz da série Sintonia, da Netflix, que antes contou um pouco de sua história para o público presente, incentivando que crianças e jovens periféricos não desistam de seus sonhos.
Mais informações no site: http://pretinhas.com.br/pretinhas-da-brasilandia/