Eu sou espiritualista e este ano estou desenvolvendo bem este meu lado ligado ao espiritual. Uma das coisas que tenho focado diariamente é na frase atribuída ao professor Hermogenes: Entrego, Confio, Aceito e Agradeço!

A frase é bastante difundida e tem até tatuagem com ela – neste momento acho que serei a próxima a tatuar Entrego, Confio, Aceito e Agradeço – e tem bastante a ver com diversas correntes espiritualistas que defendem o Deixar as coisas na mão do Universo que ele acaba por colocar cada qual em seu devido lugar.

Sou virginiana com ascendente em Capricórnio então é lógico que para alguém com tantos signos de Terra  que gostam de “controlar” as coisas, de ter tudo certinho e planejado, este deixar fluir e confiar no Universo ou em um Deus é algo um pouquinho difícil – tirando o agradecer quue faz parte da minha essência sempre -, mas não é que este ano estou aprendendo a Entregar, Confiar, Aceitar e Agradecer e especialmente neste mês de junho. Hoje tive a certeza que o Universo cuida da gente e coloca tudo em seu lugar. Em um mundo que nos cobra pressa e agilidade a um clique, ou nem isto, saber esperar é dádiva e sabedoria.

Tem uma frase que eu amo e que vai na mesma linha desta: Não apresse o rio, ele corre sozinho. Geralmente eu me lembro dela em momentos de ansiedade e nos momentos em que sinto que a depressão está rondando – eu tenho depressão química, não produzo serotonina na quantidade adequada e já tomei antidepressivos e fiz tratamento com terapia incluída por anos, mas não gostava e não gosto de tomar antidepressivos – mas o reparar no movimento da natureza que é o que a frase propõe nos conecta com a sabedoria ancestral e com o Universo, este para o qual devemos entregar, confiar, aceitar e agradecer.

O Universo recebe a nossa energia, entende nossos pensamentos, desejos e ações, e pode nos entregar aquilo que desejamos ou não – caso não seja algo que nos seja benéfico o Universo não responderá ao nosso clamor e isto é fantástico, pois muitas vezes nossos desejos são feitos baseados no ego, na ilusão, em valores que não condizem com aquilo que precisamos para nossa evolução espiritual – cada dia mais acredito que estamos aqui para evoluir espiritualmente.

Saber olhar a natureza e entender seus ciclos e o quanto eles ecoam em nós faz parte do Deixar Fluir, do entregar, confiar e aceitar e nos transforma em seres humanos melhores ao evidenciar que estamos todos interligados, conectados com a natureza e que os ciclos também estão em nós.

Hoje pela manhã fui assistir a um campeonato de surf, no Quebra Mar, em Santos, e foi ali ao olhar o mar – para mim a grande representação da vida e de seus movimentos de ir e vir – que pensei em escrever este texto, pois muitas fichas caíram ao olhar o vai e vem das ondas e os desafios enfrentados pelos surfistas para pegar a onda. Tudo se fez luz em minha mente e no meu coração e entendi tanta coisa, principalmente em relação aos meus questionamentos internos, a minha autocrítica excessiva, os meus medos e limitações, que bateu um desejo enorme de não apenas agradecer ao Universo, mas principalmente falar um pouco do entregar, confiar e aceitar que para mim são muito mais desafiadores que o agradecer. E foi um momento incrível perceber todos estes sinais do Universo assistindo um campeonato do esporte que eu mais admiro por representar justamente aquilo que enxergo como conexão espiritual. Para mim a conexão espiritual está totalmente ligada com a ligação com a natureza – é perto dela que nos vemos como parte de um Todo – e para mim o surfista é aquele que evidencia isto ao ser apenas ele, o mar e seus desafios e o divino sagrado de cada um (eu por exemplo acredito no Sagrado Feminino e no Sagrado Masculino unidos, Deusa e Deus e o filho deles).

Os antigos já sabiam da importância da natureza em nossas vidas e do Sermos Todos Um, e contavam o tempo através dos sinais da natureza como as estações e os ciclos lunares – ah, eu sinto tanto em mim cada uma das fases da minha Deusa Lua, meu comportamento e visão de mundo mudam a cada fase dela. Recentemente li um texto sobre vivermos as quatro estações internamente e mega me identifiquei com isto, no inverno quero hibernar, viajar dentro de mim mesma, na primavera renasço, no verão sou Sol e quero brilhar por aí, no outono começo a me recolher, a deixar as folhas caírem. E aqui não posso deixar de citar a frase de Cecília Meirelles que me representa na vida: “Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira”.

E tudo isto traz a sabedoria ancestral e o poder do confiar na vida e no Universo!

2018 está sendo um ano mega especial para mim inclusive no aprender a entregar, confiar e aceitar, ao saber esperar o tempo certo de cada coisa, porque sim as vezes algo que você deseja muito e quer para já, não está ainda em seu momento certo e é preciso saber esperar por ele, sem ansiedade e sem desanimar!

Entregar, confiar, aceitar e agradecer! Hoje tenho muito a agradecer ao Universo e continuo na batida perfeita do entrego, confio, aceito e agradeço hoje e sempre, no balanço das ondas que vão e vem.