Fly Girl! Coleção Melissa inverno 17 convida mulheres a voarem com liberdade

Fly Girl! Coleção Melissa inverno 17 convida mulheres a voarem com liberdade

Quem acompanha o blog já sabe que sou feminista e que estou adorando este momento em que a sociedade e as empresas voltaram a debater questões de gênero e falar sobre a ainda desigualdade que as mulheres vivem ao redor do mundo. Então é lógico que não poderia deixar de falar da coleção inverno 17 da Melissa batizada de Fly Girl e que pretende inspirar meninas, jovens e mulheres a promover transformações pessoais e a voar com liberdade, sem medo de ser feliz, sem medo de ser julgada, sem medo de ser excluída.

Fui conhecer a coleção no Club Melissa, da Rua Azevedo Sodré, em Santos, no sábado, 11 de março, e fiquei matutando como trazer as infos da coleção que eu amei para o blog. Não queria apenas escrever sobre a coleção e falar um pouquinho do seu conceito. Tentei inverter a ordem e focar mais na proposta  da marca de trazer histórias de mulheres reais e que de alguma forma tiveram que batalhar para conquistar seu espaço e defender seu estilo de vida e falam sobre empatia e sororidade. #Juntassomosmaisfortes

A escritora francesa Simone de Beauvoir e sua obra estão presentes no conceito da coleção Fly Girl. Uma das frases mais faladas da pensadora francesa é “Ninguém nasce mulher, torna-se mulher” que leva a reflexão de que ser mulher não é apenas um fator biológico, ser mulher é construir uma trajetória, uma história, é aprender desde cedo a lutar contra um mundo que coloca o sexo feminino em desvantagem.

Não acredito que existam qualidades, valores, modos de vida especificamente femininos: seria admitir a existência de uma natureza feminina, quer dizer, aderir a um mito inventado pelos homens para prender as mulheres na sua condição de oprimidas. Não se trata para a mulher de se afirmar como mulher, mas de tornarem-se seres humanos na sua integridade.” Simone de Beauvoir

“Que nada nos limite, que nada nos defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância, já que viver é ser livre. Porque alguém disse e eu concordo que o tempo cura, que a mágoa passa, que decepção não mata. E que a vida sempre, sempre continua.” Simone de Beauvoir

As dez mulheres que estão retratadas na revista Plastic Dreams que traz a coleção Fly Girl são: Priscila Fernandes, Julia Costa, Valentina Sampaio, Gabriela Garcia, Jéssica Ipólito, Marquesa Amapola, Kapai Kalapaio, Rita Wu, Monique Evelle e Geanine Marques.

Então ao invés de falar da coleção em si vou compartilhar um pouquinho das trajetórias destas mulheres que podem inspirar a gente também.

Priscila Fernandes, 24 anos, tem a cabeça raspada e muitas tatuagens. Ela divide o tempo entre desenhos, posts e o emprego como bartender e tem planos que incluem um site para vender graffiti e protagonizar fotos e vídeos eróticos: “incomoda-me a maneira que a sexualidade feminina é retratada na internet hoje”. Em sua conta no Instagram @apropri4damente traz fotos cheias de atitude. Priscila declara: “Fico emocionada cada vez que alguém comenta ‘suas fotos me inspiraram a ser mais liberada com o meu corpo'” e deixa o recado: “O que é novo sempre assusta”. https://www.melissa.com.br/colecoes/flygrl#modal/video0

Julia Costa, tem 19 anos e cria, modela e confecciona as roupas da marca que leva seu nome. O jeito para costura foi herdado da avó. Chegou a entrar em uma faculdade de moda e decidiu se denominar costureira ao invés de designer ou estilista: “Vi que um monte de gente se forma designer, mas não aprende a costurar. No mundo da moda todo mundo fala do fotógrafo, da modelo, porém ninguém se lembra da costureira”. A moça já tem clientela internacional depois te ter conquistado a repórter Grace Neutral, da i-D. Entre seus ídolos estão Sarah Vaughan, Mart’nália e Emicida com através de suas músics ensinaram a garota a valorizar sua origem e raça. A rotina de Julia é agitada: segunda e terça recebe os pedidos das roupas via redes sociais, na quarta compra os tecidos, na quinta costura e na sexta entrega os pedidos pessoalmente. https://www.melissa.com.br/colecoes/flygrl#modal/video4

A modelo transexual Valentina Sampaio, de 20 anos, nascida em Aquiraz, cidade litorânea do Ceará. Seu sonho de criança era ser estilista e chegou a entrar na faculdade de moda quando percebeu que sua habilidade na frente das câmeras era maior que com moldes. Mudou-se para o Rio depois de passar por São Paulo. Trocou a moda pela arquitetura. Valentina declara: “A moda é um instrumento para derrubar barreiras. Estamos mesmo que a passos curtos, transformando o mundo” e completa: “A minha geração está abrindo caminho para o momento em que essa questão deixará de ser um assunto perturbador”. https://www.melissa.com.br/colecoes/flygrl#modal/video5

Gabriella Garcia, artista visual autodidata, tem 24 anos e trabalha com a técnica de colagem com o projeto ColaGG. Seu processo criativo e seu estilo de vida estão alinhados. Ela coleta materiais pela rua – em especial caçambas com restos de construção civil. Ela também integra o grupo de artistas da festa ODD, evento multidisciplinar que mistura música, performance e artes visuais. “Quero tocar as pessoas com meu trabalho. Fazê-las sentir e pensar de uma nova forma. Sonho com um mundo sem preconceitos”. https://www.melissa.com.br/colecoes/flygrl#modal/video8

Jéssica Ipólito, 24 anos, ao se olhar no espelho a fica caiu: “Sou gorda e sapatão”. Saiu de Ribeirão Preto para São Paulo e depois para Salvador onde faz bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade na Universidade Federal da Bahia. “Se você é preta e gorda, seu corpo não vai acessar alguns espaços dentro da sociedade. Por exemplo, é quase certo que terá sua capacidade colocada em xeque na hora de uma entrevista de emprego”. https://www.melissa.com.br/colecoes/flygrl#modal/video7

Marquesa Amapola é a personagem burlesca criada pela mineira Aline Marques que hoje diz que é “100% Marquesa”. Ela realiza shows, comanda workshops e foi apontada pelo site 21st Century Burlesque como uma das sete brasileiras emergentes no segmento. “Fui reconhecendo o meu corpo de outra forma. Percebendo que cada pedaço é meu, e que tudo bem tirar a roupa”. E completa: “Quero popularizar o burlesco por aqui, levá-lo para o interior do país e usá-lo como veículo de empoderamento para que as pessoas se aceitem como são”. https://www.melissa.com.br/colecoes/flygrl#modal/video3

A atriz Kapaí Kalapato teve seu primeiro contato com uma metrópole aconteceu aos 16 anos. Ela vivia em uma tribo no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. Seu pai é Kalapato e a mãe da etnia Aweti. A mudança se deu quando o patriarca foi trabalhar em um projeto relacionado à cultura indígena e se instalou em Embu-Guaçu e foi um choque. Aos poucos foi assimilando as diferenças culturais. Ela é estrela do filme Xingu (2009) e de Amazon Adventure que estreia este ano. “Representar e transmitir a mensagem do meu povo a outras pessoas ajuda a salvar minha cultura. Tenho muito orgulho de ser quem sou”. https://www.melissa.com.br/colecoes/flygrl#modal/video9

Rita Wu que se define como designer diante a dificuldade de explicar exatamente o que faz e diz. Um de seus interesses é descobrir mais sobre o funionamento do corpo. O sexhacking, tecnologia ligada a sexualidade humana, faz parte de seus projetos futuros. Rita acredita na colaboração para que coisas incríveis aconteçam e um de suas referências é a bióloga americana Lynn Margulis, autora da teoria da Simbiogênese. “É uma perspectiva mais feminina e afetiva do mundo”. https://www.melissa.com.br/colecoes/flygrl#modal/video6

Monique Evelle tem 22 anos e aos 8 anos ganhou o livro Por uma Semente de Paz com a história de uma professora que mudou a realidade de estudantes na periferia e logo pensou em trabalhar nesta área. Monique diz que: “Acho que tenho um compromisso ancestral com a mobilização social e hoje atuo com educação popular”. Ela tinha vontade de montar uma chapa para o grêmio do colégio e foi desencorajada pela diretora e começou o Desabafo Social, iniciativa que evoluiu para uma organização com o mesmo nome e que tem como objetivo promover a conscientização sobre direitos humanos. Saia pelas ruas de Salvador falando sobre machismo e racismo. As pessoas achavam que era louca. Aos poucos foi lançando mão de referências populares para transmitir sua mensagem. Já ministrou palestra no TEDx e participou de encontro de líderes afro-latinoamericanos. Apadrinhada pelos atores Lázaro Ramos e Thaís Araújo que divulgam o projeto. Hoje a organização conta com quatro colaboradores fixos e 92 voluntários espalhados pelos 13 estados.  https://www.melissa.com.br/colecoes/flygrl#modal/video1

Geanine Marques, conhecida como a eterna musa do estilista Alexandre Herchcovitch, dona de uma beleza que foge do convencional. Aos 44 anos, Geanine acaba de lançar seu primeiro disco solo G’T’Aime. A paranaense chegou em São Paulo aos 21 anos e logo entrou na cena eletrônica chamando a atenção por sua originalidade. Na época o São Paulo Fashion Week – que chamava Morumbi Fashion – estava começando e o povo da moda buscava pessoas com diferentes perfis para desfilar. “Sempre teve esta coisa do ‘feia-linda’. Adoro esta definição” e completa: “Ao longo de duas décadas de semana de moda pude ver a transformação nos padrões de beleza. Hoje você encara casting de modelos com certa estranheza”. https://www.melissa.com.br/colecoes/flygrl#modal/video2

Amei a coleção e todo o conceito que norteou a criação. Uma das coisas que me encanta na moda é exatamente isto: de onde veio a inspiração, o conceito que depois é transformado em produto. Moda não é futilidade, é comportamento, é expressão de si mesmo e a coleção Fly Girl deixa claro isto. A coleção se divide em três moods: FEM – romantismo e novas formas de romance, em tons pastéis, silhueta oversized e esportiva; IN – representa a igualdade com meninas e produtos cheios de atitude desafiando gêneros e formas, em uma cartela de noutros contemporâneos; e INE que traz pegadas 80’s e 90’s com toda a liberdade da moda, permissão total para ousar!

Corre em um Club Melissa pra conhecer toda a coleção e fazer parte deste movimento. Em Santos tem algumas lojas Club Melissa. A que costumo ir fica na Rua Azevedo Sodré e o atendimento é top 10, além do ambiente aconchegante com o delicioso cheirinho de Melissa.

 

E que mais marcas tragam o feminismo e a luta das mulheres para o centro das atenções! É o momento de falarmos muito sobre gênero e diversidade.

Parabéns as dez mulheres retratadas pela Melissa e a todas aquelas que diariamente batalham por seu lugar ao sol sem abrir mão da aceitação e da felicidade de ser quem é. #juntassomosmais #vamosjuntas #flygirl