Coletivo Brazilinas: 1 ano de Sororidade e empoderamento feminino
Nem parece que passou apenas 1 ano. Foi tudo tão intenso que é como se tivesse mais tempo desde que a querida Daniele Costa conversou comigo sobre um projeto com mulheres que gostaria de colocar em prática, um sonho antigo dela que o início da pandemia no Brasil fez com que viesse a tona como um chamado para contribuir com o momento difícil que estávamos enfrentando.
Eu amei a ideia de imediato afinal as questões do feminino, das mulheres na sociedade e a violência contra mulheres sempre mereceram minha atenção e ações para mudar o que estivesse ao meu alcance. E o nome Brazilinas é em homenagem a sogra da Daniele que era assistente social. Quando ouvi sobre a escolha do nome e a relação da Dani com sua sogra fiquei encantada.
Março de 2020, um vírus, uma pandemia, muitas perguntas, poucas respostas. E Daniele Costa que trabalha na área de gestão de pessoas teve o insight de colocar em prática algo que já planejava: reunir mulheres comuns em um grupo com foco no empoderamento feminino através de ações efetivas para trabalhar a autoestima de cada mulher, inclusive aquelas em situação de vulnerabilidade social.
Assim, no início da pandemia, Daniele Costa conversou com outras mulheres que de alguma forma já atuavam ou desejam atuar em projetos sociais focado em mulheres e assim foi criado o Coletivo Brazilinas. Com foco principal em mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade social, expostas a riscos como abusos e violências, e que naquele momento estavam ainda mais vulneráveis.
Inicialmente, o Coletivo realizou ações voltadas para arrecadação de recursos financeiros, suprimentos e equipamentos de proteção individual, que eram as demandas mais urgentes das entidades escolhidas e apoiadas pelo Grupo.
Foram duas campanhas de arrecadação de verba por meio da Plataforma Solidário Brasil, totalizando R$ 10.751,00 para as duas entidades parceiras que já desenvolvem trabalhos com mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade: Casa Noeli que abriga mulheres vítimas de violência doméstica, em Ariquemes, Rondônia; e em prol do Programa Apolônias do Bem que reúne dentistas voluntários de todo o Brasil que atendem mulheres que sofreram agressões físicas e tiveram sorrisos, rosto, bocas e dentes atingidos.
No segundo semestre de 2020, o Coletivo iniciou uma nova etapa voltada à missão do grupo: empoderar mulheres por meio de ações de capacitação, trocas de experiências e saberes, apoiadas no conceito de benevolência consciente e liderança focada em habilidades.
Iniciado em novembro de 2020, o Projeto Piloto de Capacitação teve como entidade parceira a Casa Noeli, localizada em Ariquemes, Rondônia, e oferece acolhimento às mulheres em situação de violência, juntamente com seus filhos e filhas por um período de um a 90 dias. Após o acolhimento, segue acompanhando, em alguma medida, a vida dessas mulheres. É uma entidade de referência em atendimento ao público-alvo em toda a região do Vale do Jamari, que reúne oito municípios.
Os temas abordados pelo Coletivo passaram por pilares de autoconhecimento, inteligência emocional, mentalidade empreendedora, utilização de redes sociais e ferramentas de marketing, eliminação de crenças de escassez e criação de consciência financeira, autoestima e imagem pessoal.
Temas estes considerados relevantes pelo Coletivo para que as mulheres que se encontram em situação de violências domésticas e abusos possam iniciar a sua jornada de saída da gaiola.
A segunda etapa do Projeto Piloto finalizou agora na semana da mulher com 3 Workshops, todos voltados à autoestima, amor próprio e mentalidade próspera.
Para Daniele Costa, idealizadora do Coletivo, “estas ações de capacitação reforçam o propósito de cada uma das 11 mulheres que hoje compõe o grupo: empoderar outras mulheres por meio de ferramentas que nós mesmas já trabalhamos em nossos processos de autoconhecimento, e que de certa forma são qualidades ligadas ao feminino: autocuidado, liderança, empatia, amorosidade. No entanto, em situações extremas como a que estamos trabalhando, há uma grande carga emocional e psicológica, afetando a vida e as habilidades naturais dessas mulheres de serem protagonistas da própria história.”
Ainda segundo Daniele Costa, levar essas ações de capacitação é uma forma de jogar luz e mostrar que há saída, mesmo que se comece com passos de formiguinha e o amor-próprio é o primeiro estímulo para isso. Além de lembrar que elas não estão sozinhas, que existe uma rede de apoio e acolhimento.
Ao todo foram capacitadas 57 mulheres e o Coletivo já está pensando na terceira etapa, com ações mais voltadas ao empreendedorismo.
A coordenadora da Casa Noeli destaca que as aulas já estão fazendo diferença na vida das mulheres assistidas e também na dinâmica da própria Casa Noeli que está colocando em prática muitas das sugestões e reverberando o conhecimento adquirido para mulheres que estão chegando na casa.
E neste momento, o Coletivo Brazilinas, retomando uma das propostas iniciais do grupo, busca obter parcerias com empresas e profissionais autônomos que tenham interesse em levar conhecimento e ações de capacitação a essas mulheres, reverberando, assim, mais solidariedade e acolhimento.
Cabe lembrar que o Coletivo Brazilinas tem cunho meramente social e reúne mulheres da sociedade civil que de alguma forma já colaboram ou realizam trabalhos voltados ao protagonismo e liderança feminina. E como foi criado durante a pandemia todas as ações, incluindo as reuniões do grupo, são online, o que possibilita o engajamento de mulheres de todo o país.
Acompanhem o Instagram do Coletivo Brazilinas @coletivo_brazilinas
A celebração do aniversário de 1 ano do Coletivo Brazilinas acontece na sexta-feira, 26 de março, às 19 horas, com Live no Instagram. Entrevistarei Daniele Costa sobre o Coletivo, as diversas ações realizadas nesse 1 ano e sobre as perspectivas futuras.
Agradeço a Daniele Costa e as mulheres maravilhosas que fazem parte do Coletivo Brazilinas pela oportunidade de poder fazer parte de um projeto tão alinhado ao que acredito e pelo aprendizado até o momento. #juntassomosmaisfortes