Moda sustentável real na passarela do SPFW
Na semana passada São Paulo mais uma vez se tornou a capital mundial da moda com a realização de mais uma edição do SPFW – São Paulo Fashion Week. Desta vez o evento trouxe uma pergunta como mote: Qual a sua Utopia?
E convidou as pessoas a falarem sobre suas utopias e postarem com a hastag #minhautopiahoje
Eu adoro perguntas que levem a refletir sobre os mais diversos assuntos e a moda é um dos meus temas prediletos. Um assunto que me encanta desde criança e para o qual estudei e continuo estudando, lendo, refletindo. Vejo moda como comportamento, cultura, expressão de um tempo, uma sociedade.
Dentro deste contexto e linkando com a minha utopia para a moda eu simplesmente amei assistir ao desfile de estreia de Flavia Aranha no #SPFWn47. O blog Suzanices recebeu o convite para prestigiar o desfile da empresa Juta Castanhal, uma das parceiras da designer.
Flavia Aranha desenvolve um trabalho incrível em moda sustentável com foco no tingimento natural das fibras (utilizando ervas e plantas brasileiras dentro de um fazer artesanal e que vem das tradições ancestrais). A matéria-prima utilizada também é natural e todo o processo de criação da marca e seus conceitos estão no site:
https://www.flaviaaranha.com/
A minha utopia para a moda é exatamente que ela se torne cada dia mais sustentável, amiga do meio ambiente e das pessoas, que resgate os saberes antigos, que priorize o designer e o fazer criativo e artesanal. Que não alimente uma indústria insana que incentiva o consumo fast. Minha utopia é o slow fashion.
Na passarela a designer apresentou o resultado de um trabalho pioneiro de utilização de duas bases em juta da Castanhal Companhia Têxtil tradicionalmente usadas em outros segmentos, nas quais a estilista realizou uma interferência criativa: a Arraiolo, usada tradicionalmente na confecção de tapetes e outros itens de decoração, e a I-33, utilizada em decoração, bolsas, cintos e afins.
Uma info que recebi é que o convite do desfile da Flavia Aranha foi tingido por ela com pau-brasil resultando em um tom avermelhado fechado que também esteve em diversos looks apresentados.
Celia Pinho, Executiva de Novos Negócios da Castanhal (e uma pessoa que admiro muito!), avalia: “O resultado do experimento realizado pela Flavia Aranha, que conferiu novo toque e leveza às bases, abriu um viés para novas utilizações da juta, que veio para ficar pois a moda valoriza cada vez mais seus diferenciais de sustentabilidade: é natural, biodegradável, orgânica e pesticide free“.
Juta
Cultivada na região Amazônica por cerca de 15 mil famílias ribeirinhas, a fibra de juta é 100% sustentável no seu plantio e no seu processamento. A Castanhal Companhia Têxtil, maior processadora de fibra de juta do país, oferece ao mercado uma matéria-prima de qualidade, versátil e totalmente integrada ao bioma amazônico, sem provocar queimadas ou desmatamentos e sem a utilização de agrotóxicos, herbicidas ou fungicidas, com adubação natural feita pelo húmus deixado pelas cheias dos rios amazônicos. Tudo isso confere à Castanhal as certificações de preceito orgânico pela BCS Oko, Fairtrade (comércio sustentável, justo e solidário) e Pestice Free.
Agradeço a assessoria de imprensa da Castanhal e a equipe da empresa pelo convite. Realmente amei o desfile e o resultado das peças em juta.