Minha roupa não é um convite! Tattoo temporária para o Carnaval
Carnaval chegando, festa popular e que geralmente é marcada por muita curtição e pegação, no entanto, vivemos em um país cada dia mais machista e com vários casos de assédio sexual, então é o momento para unirmos ainda mais as nossas forças na campanha “Não é Não”.
A marca de moda Amaro se uniu com o Coletivo feminista “Não é Não” e lançou uma tattoo temporária com a frase: “Minha roupa não é um convite”. Foram impressas mais de 10.000 tatuagens que estarão nas peças da coleção Amaro para o Carnaval além de serem distribuídas em blocos de carnaval e nos Guide Shops da Amaro.
O Coletivo Não é Não foi criado em 2017 para combater o assédio e dar visibilidade para a questão que é bem preocupante no Brasil atual. Só no estado de São Paulo, no ano de 2018, foram registrados cerca de 34 estupros por dia! E discordo totalmente da ministra que sofreu na pele quando era criança e que hoje combate do lado errado da força: famílias com filhas mulheres não devem sair do país! Mulheres devem ficar aqui sim, homens que precisam aprender a conviver em sociedade e não assediar as mulheres.
Eu amo Carnaval apesar de há anos não curtir a festa, não ir em bloquinhos etc. Já aproveitei horrores – ah se o clube Sírio Libanês de Santos ainda existisse na sua sede, onde hoje é um hotel – e suas paredes e colunas no salão falassem eu tava na boca do povo geral (nessa hora é ótimo ter sido adolescente e jovem antes das mídias sociais rsrs quem viu, viu, quem não viu perdeu) beijei muito nos bailes de lá. E muitas vezes inventava que era lésbica e que a amiga que estivesse do meu lado era a namorada para fugir do assédio, porque cantada é uma coisa e assédio é outra totalmente diferente. E cantada é super ok desde que o cara aceite o não como resposta também.
Admiro marcas que se engajam na causa feminista porque infelizmente vivemos tempos confusos e o feminismo que busca a igualdade para homens e mulheres – não queremos ser melhores que os homens e nem ter direitos a mais, queremos apenas termos os mesmos direitos como salários equivalentes nos mesmos cargos – considerando inclusive todas as diferenças que existem entre os sexos de repente se tornou algo mal interpretado e assim como a imprensa e como o humanismo no geral está sendo demonizado quando deveria ser valorizado.
Ser feminista não é deixar os pelos embaixo do braço, não se depilar ou odiar homens, ser feminista é acreditar nos pilares da Revolução Francesa – Fraternidade, Igualdade e Liberdade, ou seja, ser feminista é querer um mundo mais humano e justo para todos. Ser feminista é aceitar que a mulher tem voz e que sua voz será respeitada.
Se hoje mulheres podem usar biquinis para ir pra praia, estudar, viajar sozinha, trabalhar fora de casa, votar é porque existiram mulheres que lutaram por nós.
Então já sabem né? Curtam muito o Carnaval da forma que desejarem – com pegação ou sem – mas sem assédio e sempre com camisinha na jogada afinal sexo seguro é sempre o melhor.
Não é Não! E ponto final. E a minha roupa não é um convite. Nunca é!