Desde 2003 Santos comemora o Dia do Surfista em 21 de janeiro. E desde 2005 homenageia os pioneiros e veteranos, os legends do esporte. A cidade no litoral paulista foi a pioneira no esporte no Brasil (em 1938) e faz questão de resgatar a história do surf na região homenageando anualmente surfistas locais.

Santos pode ser considerada uma surf city, tem a primeira escola pública de surf e vários outros projetos voltados para o esporte.

Os homenageados do Dia do Surfista 2019 são: Nei Sobral, Eduardo Fagiano, Armando Baffi Júnior e Bruce Abrantes. Todos surfistas dos anos 60 que participaram ativamente da transição das pranchas de madeira para as de fibra de vidro, que foi um dos principais marcos da evolução do esporte.

Eu pretendo acompanhar a solenidade de homenagem e publicar no instagram @suzanices e na fan page @suzanices no Facebook também.

Acho uma iniciativa incrível o resgate da história do surf na região.

Com o bicampeonato mundial conquistado por Gabriel Medina em 2018 o surf está voltando a moda e a mídia com tudo. E resgatar a história do esporte é bem importante afinal para que os surfistas de agora chegassem a competir em pé de igualdade com havaianos, americanos, australianos etc, foi preciso que os pioneiros trilhassem caminhos mais complicados e abrissem espaço para os mais jovens.

Na época da ditadura (anos 60 e 70), por exemplo, o surfe passou a ser encarado como esporte de “vagabundos”, “marginais”. Em Santos existem relatos de que pranchas ou quebradas.

Nos anos 80, após o fim da ditadura, o surf entrou em evidência novamente. Foi nessa época que comecei a amar o esporte e fui conquistada pelo surf exatamente em Santos (minha cidade de coração e alma).Daí comecei a colecionar a Fluir, tinha várias imagens da revista coladas no meu quarto. Fui super fã do santista Picuruta Salazar e dos irmãos Teco e Neco Padaratz. Atualmente gosto de Gabriel Medina e do Mineirinho. Estou precisando voltar a acompanhar mais e conhecer os mais novos que andam se destacando.

Minha história com o surf

Já falei por aqui que surf é o meu esporte predileto. Passava férias na cidade e entre a turma enorme que andava (de São Paulo e de Santos também) tinha vários garotos que pegavam onda e a gente ia assistir eles surfarem. Além disso, adorava assistir Juba e Lula em Armação Ilimitada, me sentia a própria Zelda Scott (que por um acaso é jornalista, feminista e idealista, além de moderna, exatamente como eu). Armação Ilimitada pra mim é a melhor série e deveria ser reprisada. Ia adorar rever a série mantida em seu período original, os famosos anos 80, e acho que seria bom que a galera de agora conhecesse uma série tão bacana e com comportamentos tão modernos. #ficaadica Rede Globo.

O mar pra mim é a melhor representação da vida. Já cantava Lulu Santos: A vida vem em ondas como o mar.

Sou espiritualista e tenho uma conexão mega forte com a natureza, acredito que na natureza encontramos o divino, seja qual for a sua crença, então acho que o momento que o surfista está no mar, em busca da melhor onda, enfrentando o oceano (a vida de forma figurada) é aquele momento de conexão plena com Deus ou aquilo que cada um acreditar. Talvez o alpinista ou quem pratica corrida de aventura sinta a mesma coisa, mas pra mim, o surf é a representação máxima do Ser um com o Todo!

Ainda tenho o sonho de aprender a surfar, mas nunca tentei de fato, porque sou bem desajeitada e não tenho a menor habilidade com esportes no geral. Muitos surfistas que conheci na Surf & Beach Show e comentava que tinha vontade de aprender a surfar, se oferecia pra ensinar, mas não arrisquei afinal não queria pagar mico.

Há alguns anos tentei aprender com minha sobrinha Gabi, que quando era criança pegava onda com o pai, aliás o meu cunhado e pai de Gabi, era um dos amigos santistas que surfavam quando passei a apreciar o esporte.

Gabi desistiu na primeira tentativa de me ensinar. Falou pro pai: ensina você. Não tenho paciência, a Suzana é muito descoordenada. Tem jeito não… Enfim, não aprendi a surfar, por enquanto…

Agora fiquei sabendo de uma escola de surf só para mulheres no Guarujá, chama Surf House Girls e pretendo aprender lá ainda durante o verão.

De 2001 a 2006 trabalhei na assessoria de imprensa da feira de negócios Surf & Beach Show que era realizada em São Paulo e sei as dificuldades que tinha para emplacar pautas sobre a importância do esporte no Brasil com seus 8 mil km de praias fora dos veículos especializados. Trabalhava mais pautas de negócios e principalmente lifestyle (nunca vou esquecer da matéria de 1 página, escrita pela jornalista Deborah Bresser, de quem sou super fã, no Jornal da Tarde. Talvez tenha sido naquele dia que meu pai entendeu a dificuldade do trabalho de assessor de imprensa ao ver minha felicidade ao comprar o jornal, ver uma página e ler o texto incrível que a Deborah escreveu. Tinha levado meses conversando com ela sobre a feira e que tipo de pauta daria para emplacar no JT).

Também não esqueço de uma edição que na hora de uma coletiva de imprensa com surfistas, skatistas (tinha uma parte da feira dedicada para o skate também) e imprensa e de repente chegaram mais atletas e jornalistas que os que tinham confirmado presença e não tinha cadeira para todo mundo, eu quase me transformando em cadeiras rsrs, os surfistas falando relax, no final dá tudo certo, e os skatistas olharam pra mim e falaram: os jornalistas sentam nas cadeiras e nós sentamos nos nossos skates. Foi uma das melhores coletivas de imprensa que já participei.

Só perdeu para a coletiva de imprensa do retorno da marca Vans ao Brasil no bar Z-Carniceria (quando ainda era no Baixo Augusta, montado em um antigo açougue e na entrada mantiveram o local onde eram expostas as carnes do açougue e na época esta área estava com uma exposição de shapes do Tony Alva). A Vans tinha trazido o Tony Alva para uma série de eventos por São Paulo e região do ABCD e imagina a felicidade dele chegar no local da coletiva e ver os seus shapes expostos). Acompanhei Tony Alva em todos os eventos programados pela Vans e não acreditava no sucesso que ele fazia onde chegava. Eram multidões de fãs, parecia música de bandas de rock. Foi um dos trabalhos mais incríveis que já fiz assim como a Surf & Beach Show.

Se procurar no meu guarda-roupa ainda devo ter uma jaqueta jeans da OP. Adorava a OP. Lá nos anos 80 tinha uma loja enorme da marca em Pinheiros, São Paulo, perto de onde eu morava e comprava muita roupa por lá. Quando não ia comprar, ia conferir as novidades e ver os surfistas (Vamos combinar, que só o fato do cara ser surfista já chama a atenção, pelo menos, no meu caso que nunca gostei de caras engomadinhos, de visual mais arrumadinho, sempre preferi o visual mais descolado, cara de praia).

Lá no início dos anos 2000 fiz pós-graduação em negócios da moda na Anhembi-Morumbi e meu o TCC do meu grupo foi sobre surfwear, focado na marca No Vaca. Isso foi antes de entrar na assessoria de imprensa Persona que era a assessoria da Surf & Beach Show.

Surf é mais que esporte, é estilo de vida. Na minha opinião, um estilo de vida que devia ser seguido por mais pessoas além de quem realmente pega onda, porque tem a questão do No Stress, o contato com o mar (a ciência diz que o mar é excelente para a saúde no geral, inclusive para ansiedade – tão comum hoje em dia) e a vibe mais relaxada e descontraída de enxergar a vida e encarar o cotidiano.

E para finalizar não podia deixar de parabenizar os surfistas, né? Parabéns pelos homenageados do Dia do Surfista 2019 e a todos os surfistas, Meninos de Santos, do Rio e de todos os lugares.

Como canta Caetano Veloso na versão dele é Menino do Rio, mas vou substituir por Menino de Santos:

Menino do Rio (de Santos)
Calor que provoca arrepio
Dragão tatuado no braço
Calção corpo aberto no espaço
Coração, de eterno flerte
Adoro ver-te…

Menino vadio
Tensão flutuante do Rio (de Santos)
Eu canto prá Deus
Proteger-te…

O Hawaí, seja aqui
Tudo o que sonhares
Todos os lugares
As ondas dos mares
Pois quando eu te vejo
Eu desejo o teu desejo…

Menino do Rio (de Santos)
Calor que provoca arrepio
Toma esta canção
Como um beijo…