Dia Internacional da Cerveja: tem mulher expert em breja? Com certeza e com cerveja!
Cerveja, minha bebida predileta, que tomo desde adolescente, que estou adorando ver nos últimos anos o crescimento do mercado das cervejas artesanais e a quebra do paradigma de que cerveja é bebida de homem. Esta matéria deveria ter escrito há meses, pois fiz a entrevista há bastante tempo, mas na correria foi ficando pra depois e nada melhor que escrever agora, em pleno Dia Internacional da Cerveja.
Conversei um pouquinho com Aline Araújo, da Confraria Paulistânia em Santos. Conheci a Aline em março, em um Empório, em Santos. Fui assistir pois Aline participaria em março de um evento que o Suzanices realizou em parceria com o Le Lis Bistrô e o blog Sahssaricando em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. O tema escolhido foi Cerveja e Mulheres e a Aline foi a convidada para falar sobre a bebida.
Aline contou que trabalha há 10 anos com cerveja, antes disto trabalhava na indústria farmacêutica e nem gostava de cerveja. Provou uma Erdinger (quem gosta de breja vai entender!, Erdinger é um ícone na cervejaria, daquelas que agrada gregos e troianos), gostou e foi trabalhar exatamente na importadora da Erdinger e se tornou mais uma louca da cerveja!
Formada em Administração de Empresas e MBA em Trade Marketing, Aline trabalha desde 2008 com cervejas e já liderou a área de Marketing da Bier & Wein, pioneira na importação de cervejas especiais no Brasil. É sommelière de cervejas formada pela Doemens Akademie e Science of Beer (onde atualmente é professora), nível 1 em destilados pela W.S.E.T., cervejeira caseira e membro da 1a confraria feminina de cervejas de São Paulo, a Maltemoiselles. Já viajou o mundo visitando cervejarias e vivenciando a tradição das principais escolas cervejeiras e hoje compartilha seu conhecimento e paixão pelo assunto Brasil afora, com maior dedicação à Santos, onde desde 2017 tem uma distribuidora de cervejas especiais – a Confraria Paulistânia – junto com seu sócio e marido, Marcelo Malanconi.
Há um pouco mais de um ano, Aline e o marido vieram para a Baixada Santista e são responsáveis pela Confraria Paulistânia – empresa de eventos e distribuição de cervejas – na região. Aline conta que aqui é um mercado promissor, com potencial de crescimento, mas que as coisas ainda estão maturando, demoram um pouco mais para acontecer. As expectativas da Confraria Paulistânia para Baixada Santista são altas já que neste um ano por aqui o foco principal foi em Santos e agora a ideia é expandir para as outras cidades da região. Alguns lugares que comercializam os rótulos da Confraria Paulistânia são: Mucha Breja, Le Lis, Seven Kings, Cola na Base, D’ Boa e Mini Pizza.
O mercado cervejeiro ainda é dominado por homens, mas a presença feminina aumenta consideravelmente e Aline diz que não sente machismo, mesmo com mais homens. Eu tenho uma opinião: homens admiram mulheres que bebem, que são parças na hora da bebida e talvez não role machismo, porque ao ver as mulheres que manjam bem de breja em ação o que impera é a admiração. Tomara que meu raciocínio esteja certo.
Aline dá algumas dicas para mulheres que sejam se aventurar no universo cervejeiro profissionalmente:
Estudar bastante, tem muita história e as mulheres desempenhavam papel importante na antiguidade; ousar na descoberta de cervejas, ou seja, prove todos os estilos da bebida, sem pré – conceito; e seja intuitiva, aposte na tentativa e erro, em busca do equílibrio na hora de harmonizar, por exemplo.
No Brasil, churrasco é comum e geralmente a bebida escolhida para acompanhar o churras é a cerveja, mas Aline contou que as loiras geladas (as brejas comerciais que estão nos supermercados) não são as que mais combinam com as carnes grelhadas. A cerveja escura é mais indicada já que possuem notas caramelizadas e a carne quando é grelhada se carameliza. Para carnes gordurosas como picanha as cervejas amargas são as mais indicadas. Vale anotar a dica e passar pros amigos na hora de marcar o próximo churras!
Outra dica que a Aline me passou e eu amei: estamos vivendo a volta da coquetalaria tradicional (o gim como nova bebida queridinha é a prova disto) e mesmo não sendo ainda muito comum é possível preparar drinks com cerveja. Você provou algum drink com cerva?
A cerveja não é uma bebida nova, sua origem vem lá da Antiguidade – na Antiga Mesopotânia – região na qual a cevada era abundante. Os primeiros registros de cerveja datam de 6 mil anos entre o povo sumério.
E você sabia que foi uma mulher que acrescentou o lúpulo na receita? Mulher e monja! As mulheres eram as responsavéis pela produção da bebida já que os homens saiam para caçar. Estamos falando de sociedades agrícolas antigas. Eram as mulheres que cuidavam do dia a dia da comunidade e eram elas que cuidavam da alimentação e das bebidas também.
Enfim, bora bebemorar com muita cerveja o Dia Internacional da Cerveja, em plena sexta-feira.
Thanks Aline Araújo pela disponibilidade em me atender e pelo carinho em todas as vezes que nos encontramos. Sou sua fã! Quem sabe em breve fazemos mais ações juntas.