Busca excessiva pelo corpo ideal pode ser doença e exige cuidados
Vivemos uma sociedade que enaltece o corpo “ideal” – magro, barriga tanquinho, medidas exatas – e infelizmente com isto estamos promovendo as doenças dos transtornos alimentares e a busca excessiva por este corpo ideal (das capas de revista) acaba se tornando doença e exige cuidados.
Geralmente as pessoas falam muito sobre os efeitos negativos da obesidade e com isto enaltecem ainda mais esta busca desesperada pelo corpo que só é ideal em capa de revista photoshopada. Equilíbrio e bom senso são palavras chaves na hora de buscar o seu “corpo ideal e saudável”, algo que é única e exclusivamente seu. Não adianta querer ser igual a fulana ou a sicrana. Você é você e seu organismo tem uma estrutura que precisa ser respeitada.
Estar sempre em dieta, realizar atividade física demasiadamente, tomar remédios para tirar o apetite e evitar eventos sociais para não comer. Até que ponto a busca pelo corpo ideal é saudável?
Para a endocrinologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Vivian Estefan, é preciso estar atento aos detalhes para identificar se uma pessoa está com transtorno alimentar e não apenas buscando uma vida mais saudável.
Para identificar se a pessoa realmente está com este distúrbio, a especialista indica alguns sinais clássicos, como: comportamento obsessivo para o controle do peso, recusa em admitir a gravidade da perda de peso, hábito de cortar a comida em pequenos pedaços, atividade física compulsiva, evitar comer perto de outras pessoas e ingerir medicamentos diuréticos e laxantes ou redutores de apetite sem prescrição médica.
A endocrinologista salienta também alguns dos sintomas e sinais provocados pelo problema: pele manchada ou amarelada, queda de cabelo, irregularidade menstrual, fraqueza, alterações das unhas, boca seca, extrema sensibilidade ao frio, perda de massa óssea e atrofia muscular.
Segundo a médica, para ajudar quem convive com esta doença, o primeiro passo é conversar, pois na maioria das vezes a pessoa não tem consciência de que está passando por dificuldades e que necessitará de apoio para superar o transtorno. Além, claro, de buscar tratamento com um especialista.
“O médico deverá realizar um interrogatório com o paciente, um exame físico e possivelmente outros testes complementares para o correto diagnóstico”, explica.
Vivian Estefan ressalta ainda que é fundamental ter paciência e dar todo o suporte ao paciente e seus familiares, pois o tratamento do distúrbio alimentar é lento e gradativo, além da haver a necessidade de um apoio psicoterápico.
Se todos pararmos um pouquinho só para rever nossos comportamentos em relação aos corpos perfeitos e a forma como tratamos aos outros neste quesito perceberemos que podemos e devemos ajudar os outros a buscar o seu corpo perfeito e ideal e não aquele das capas de revistas. O transtorno da imagem do próprio corpo é doença e é séria, precisa ser tratada com atenção e muito cuidados. Você não precisa ser magra e nem gorda para estar em um corpo ideal. Você precisa se amar exatamente como é, pois este é o seu corpo ideal, não existe outro pra você! Sempre cuidando da saúde física, mental e psicológica.
Por um mundo sem medidas de corpos, um mundo que respeita de verdade a diversidade de corpos e tamanhos! O Suzanices apoia esta ideia.