“Do osso ao pó” – livro traz a São Paulo dos anos 80 como cenário
São Paulo completa 463 anos em 25 de janeiro de 2017 e farei alguns posts homenageando a cidade. Pra começar uma dica de livro lançado recentemente: “Do osso ao pó” de Júlio Menezes, e que traz a São Paulo dos anos 80 como cenário da trama de suspense, crime, sexo e violência.
Início ao fim dos anos 1980, conhecida por muitos como “década perdida” – não para mim, amo os anos 80, período da minha adolescência – é palco das maiores perversões possíveis, e todos aqueles que continuam a sustentar seus vícios noite após noite sentem-se como sobreviventes.
No início da sua vida adulta, Eduardo Conde vê tudo sair do controle após se envolver com as drogas e o crime – e toda sorte de pessoas que esses dois elementos trazem consigo. Ele é um homem introspectivo e apático que possui algumas fixações: a obsessão pelos ossos humanos, especialmente os de Aninha, e a ideia de que qualquer pessoa pode cometer um assassinato apenas desejando a morte do outro – até mesmo dos entes queridos – sem sujar as próprias mãos.
À beira do precipício e sob os efeitos colaterais de uma vida regada a excessos, o anti-herói vai se encontrar com seus fantasmas, sem esperanças de chegar a um bom destino. De aliados circunstanciais a amigos verdadeiros, o autor compõe personagens que contracenam com Eduardo em sua jornada de fracassos. Ele parece arrastar todos a sua volta com seu ímã inato para as mais sortidas desgraças. “Por essas e outras é que Amélia costumava dizer que ‘a gente só não faz verbo intransitivo’. A gente não faz chover, acontecer, nevar e não doemos e nem transbordamos. Quanto àquilo que for transitivo, direta ou indiretamente, somos capazes de tudo; matar, esquartejar, torturar, mentir… Sobretudo mentir.”
O autor
Júlio Menezes, em seu segundo romance, compõe em Do osso ao pó um relato da cena underground de uma grande cidade, na melhor tradição de autores como Pedro Juan Gutierrez. O leitor entra de cabeça no clima paranoico de suspense, crime, sexo e violência, sem chance de retorno. É fotógrafo de publicidade há mais de 20 anos e seu trabalho foi exposto em salões no Brasil e na Itália. Foi colunista da revista Riders. Gasolina é seu primeiro romance.
Trecho
“Para matar uma pessoa basta desejar que ela morra. Mas assim; ter que querer mesmo, de verdade. Sem culpa ou arrependimentos. O que mata a gente é a culpa; se não temos remorsos quem morre é o outro.”
Ficha técnica
Título: Do osso ao pó
Autor: Júlio Menezes
Páginas: 296
Formato: 14 x 21
Gênero: romance
ISBN: 978‑85‑8243-194-8
Preço: R$ 49,90
Editora: Draco
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