Intolerância religiosa ainda existe
Atendendo aos pedidos da amiga blogueira Claudia Queiroz, do blog Mundo da Cacau, e que é muçulmana, vamos falar um pouquinho sobre intolerância religiosa, tema que infelizmente ainda existe e persiste.
Bom, fui batizada na Igreja Católica, estudei em colégio de freiras, e já quis ser freira. Carregava uma Bíblia mais pesada que eu para cima e para baixo e a lia diariamente. Hoje não sigo nenhuma religião específica apesar de ter uma fé tremenda e buscar minha evolução espiritual diariamente. Gosto do tema religião e sempre busco conhecer um pouco sobre cada uma delas. Me identifico muito com o espiritismo mas na verdade sou espiritualista e como boa brasileira vivo um sincretismo religioso tremendo. Misturo um pouquinho de cada religião que conheço e admiro.
Quando morava em Londres, lá em 1996, dividi quarto com uma tailandesa e adorava ir no templo budista com ela. Um lugar lindo que me transmitia paz profunda. E ela sempre dizia que eu era mais budista na essência do que várias pessoas que se declaravam budista, incluindo aí o dono da casa que morávamos.
Tudo isto, para deixar bem claro, que para mim é muito difícil acreditar que as pessoas sejam intolerantes com as religiões, sejam elas quais forem. Eu realmente acredito que todas elas trazem o primordial em uma caminhada espiritual: Amor ao próximo!
Infelizmente as religiões são dominadas por pessoas e algumas delas buscam apenas enxergar o seu lado e tirar vantagem. Talvez por isto tanta intolerância. Vamos pensar menos em si e mais na humanidade.
Não sou especialista no assunto, apesar de gostar, mas pela minha percepção as religiões que mais sofrem intolerância no Brasil de hoje são: islamismo (principalmente depois do terrorismo do Estado Islâmico), Umbanda e todas as outras religiões afro-brasileiras e evangélicos (devido aos casos de pastores milionários que inventam mil formas de ganhar dinheiro). Em alguns casos, praticantes destas religiões também são intolerantes com os das outras em um círculo vicioso.
Na minha grande família tem de tudo um pouco: uma irmã umbandista, duas evangélicas, minha mãe é espírita. Meu pai gosta da igreja Católica Ortodoxa, meu sobrinho é ateu. Uma das sobrinhas também é evangélica e eu sou espiritualista, vou na igreja, no centro espírita, na umbanda e já fui em igreja evangélica em casamentos como já fui também na Sinagoga, em templo budista, acredito na Fraternidade Branca (já devem ter ouvido falar de Mestre Saint German), gosto da Wicca e até fui sacerdotisa do casamento de uma das minhas irmãs em um ritual wicca que adaptei para eles (foi lindo demais, uma experiência única). Aliás sei que sou bruxa e que sou há muitas vidas (na Escócia há vinte anos, tive uma sensação incrível de dejá-vu, cheguei a arrepiar e se tem um lugar para o qual quero voltar logo é a região do povo celta, Escócia, algumas partes da Inglaterra e conhecer a Irlanda que na época infelizmente não deu para visitar) . Sim, eu acredito em reencarnação e para mim a natureza é o principal templo de todos. Aliás, bom lembrar, que eu acredita em Deus e na Deusa. Para mim a Santa Trindade é composta pela Deusa, Deus-pai e Deus-Filho.
Alguém que não lembro quem – acho que o Dalai Lama- já disse que se a sua religião te instiga a dizer que só ela e a certa e a desrespeitar as outras há algo bem errado. No final todas levam ao mesmo ponto.
Acredito que existam motivos históricos e culturais que levam a triste realidade da intolerância, mas realmente não entendo como que em pleno século XXI, com tantas informações disponíveis ainda seja possível ter gente que ao invés de seguir o amor falado pelas religiões opta pelo ódio. Enfim, desejo do fundo do meu coração, que a intolerância acabe ou ao menos diminua substancialmente e acredito que cada um de nós pode fazer a sua parte propagando a cultura de paz e evitando julgar as escolhas alheias.
Ah, eu amo Papa Francisco! Meu santo predileto é São Francisco, talvez resquício do colégio franciscano que estudei. Paz na Terra e evolução espiritual para todos nós!