Girl's talk marca Dia Internacional da Menina

Girl’s talk marca Dia Internacional da Menina

Todo mundo no Brasil sabe que dia 12 de outubro é comemorado o Dia das Crianças em terra brasilis, mas alguém sabia que 11 de outubro é o Dia Internacional da Menina? É triste constatar que mulheres precisam de datas especiais desde crianças para serem respeitadas e ouvidas. Adoraria viver em um mundo em que não fosse necessário termos datas como Dia da Mulher ou Dia da Menina, ou Dia do Índio, afinal todos os dias serão de todos os humanos sem distinção de gênero, raça ou qualquer outra coisa que discrime pessoas.

Com o objetivo de dar voz a meninas e mulheres que estão mudando o mundo o Girl’s Talk reúne  histórias inspiradoras num encontro aberto ao público e gratuito no Capão Redondo. A data escolhida, 10 de outubro, não é um acaso. O evento é a abertura do Dia Internacional da Menina, (11 de outubro), que chega na sua sétima comemoração.

A data foi instituída pela ONU para evidenciar a desigualdade de gênero que coloca meninas e mulheres em desvantagem na sociedade. É necessário discutir a desigualdade de gênero, a realidade das meninas em todos os cenários, principalmente nas periferias e regiões onde enfrentam mais dificuldades para terem seus direitos respeitados e garantidos. Alguns dos inúmeros reflexos dessa educação desigual que está enraizada na sociedade são os escândalos de violência contra as mulheres, que sempre existiram mas ganharam mais espaço na mídia ultimamente.

O Girl’s Talk é uma resposta expressiva do potencial e dos brilhantes caminhos que as meninas e mulheres podem e devem ocupar – apesar da imperfeição da realidade que aos poucos está se transformando.
A programação conta com dez nomes como:

. Mel Duarte, poeta e produtora cultural. Uma das organizadoras da batalha de poesias “Slam das Minas SP”. Em 2016 ela foi destaque no sarau da Feira Literária Internacional de Paraty e a primeira mulher a vencer o Rio Poetry Slam. Publicou os livros “Fragmentos Dispersos” em 2013 e “Negra Nua Crua” em 2016.

. Eliane Dias é moradora do bairro Capão Redondo, advogada, empresária e coordenadora do SOS Racismo na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP). Fundadora da produtora Boogie Naipe, com o companheiro Mano Brown, hoje ela é responsável pela carreira dos Racionais MC’s. Eliane traz à imprensa nacional debates sobre gênero, classe e raça.
. Maria Clara Araújo é uma ativista afrotransfeminista. Graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco, ela idealizou o projeto “Pedagogia da Travestilidade”, que coloca em diálogo a educação e a experiência vivenciada por mulheres trans. Maria Clara também escreve para os sites Blogueiras Negras e Transfeminismo.com.
. Jéssica Moreira é cofundadora do coletivo “Nós, Mulheres da Periferia”, que visa construir novas narrativas a partir da voz de mulheres periféricas. A iniciativa venceu os prêmios de mídia negra Almerinda Farias Gama e Antonieta de Barros. Também colabora na “Agência Mural de Jornalismo das Periferias” e na “Rede Jornalistas das Periferias”.

. Viviana Santiago é negra, mulher, nordestina, professora e mãe. Faz parte da Coletiva Oniras e é gerente técnica de gênero na Plan International Brasil, na militância pelos direitos de meninas, mulheres e da população negra.

. Alice Juliana é estudante de biologia e a fundadora do grupo “Juventude em Ação Social Comunitária”, cuja missão é levantar a discussão sobre gênero e direitos reprodutivos com meninas e mulheres na cidade de Timbiras, no Maranhão. O objetivo é convidá-las a explorarem e entenderem seus corpos, em nome de sua autonomia, saúde e segurança.

. Anná é cantora e compositora da Mooca (SP). Já se apresentou ao lado de mestres como Wilson das Neves e Wilson Moreira, e também é cantora no “Afro Ilú Obá de Min”, popular bloco do carnaval de São Paulo. Seu primeiro trabalho autoral é o EP “Pesada”, com faixas que abordam temas como a ditadura dos padrões de beleza e a violência de gênero.

 

. Buh D’Angelo é empreendedora e fundadora da InfoPreta, empresa de reparos e serviços de tecnologia que emprega exclusivamente mulheres negras. Formada em eletrônica, automação industrial e robótica, desenvolveu o negócio para dar oportunidade de trabalho a pessoas que estão à margem do mercado. Ela também desenvolve workshops ligando diversidade e tecnologia.

 

. Carolina Peixoto é poeta, pedagoga e agente cultural. É uma das criadoras do Slam das Minas SP, batalha de poesias só para mulheres, e integrante do coletivo “Poetas Ambulantes”, que há cinco anos declama e distribui poesias nos transportes públicos. Carol tem dois livros: o infantil “Bola, Lápis e Papel” (2013) e o de poemas “DEZluas” (2017).

 

. Gabi Oliveira é a criadora do canal DePretas no YouTube, e uma das youtubers negras mais influentes do Brasil. Com mais de 100 mil inscritos e outros milhares de seguidores nas redes sociais, Gabi aborda assuntos que vão de racismo e feminismo até maquiagem e cuidados para cabelos crespos, sempre de forma didática e despojada.
O evento é realizado pela Plan International Brasil, eleita a melhor ONG que cuida das crianças e adolescentes do nosso país em 2017 pelo “Melhores ONGS Época”. Fundada em 1937, a Plan International é uma organização não-governamental, não-religiosa e apartidária que defende os direitos das crianças, adolescentes e jovens, com foco na promoção da igualdade de gênero. Lutamos por um mundo justo, que promova os direitos das crianças e igualdade para as meninas, além de engajarmos pessoas e parceiros na nossa causa.

Crédito da foto que ilustra a matéria: Maria Clara Araújo, arquivo pessoal

Girl’s Talk
Data: 10 de outubro (terça-feira)
Endereço: Rua Daniel Gran, s/n (CEU Capão Redondo)
Horário: 9h30 às 12h30 / 14h às 16h30Entrada franca